15 de outubro de 2017
Carmilla - J. Sheridan Le Fanu

"No arrebatamento da minha enorme humilhação eu vivo em sua vida calorosa, e você deve morrer... morrer, morrer gentilmente... na minha." 



Uma das primeiras histórias de vampiro e a grande inspiração para o imaginário popular que permeia essa criatura mística, publicada em 1872, Carmilla traz em sua narrativa todos os elementos característicos de uma novela gótica. 
No prólogo, descobrimos que vamos ler nas páginas seguintes uma passagem macabra e inexplicável na vida de Laura, nossa narradora. Ela relata que na idade de vinte anos conheceu por força do destino, ou não, a bela e enigmática Carmilla. 

"Você é minha, você deve ser minha, você e eu ficaremos juntas para sempre."

A estranha moça chega na residência da família da protagonista por causa de um acidente e o pai de Laura decide acolher a jovem, pois esta sofreu um grande abalo emocional com a experiência. Algumas semanas se passam e logo notícias das mortes de camponesas por uma "febre" estranha que as deixa com alucinações e fraqueza, chegam aos ouvidos da heroína e a amedrontam. 
Porém, o que mais a incomoda é o comportamento irracível de sua hóspede: ora alegre e animada, ora possessiva e misteriosa, Carmilla age como uma sanguessuga, alimentando-se da vitalidade de Laura e perturbando-a com seus discursos ambíguos carregados de uma paixão despropositada, visto que ambas se conhecem a pouquíssimo tempo e a narradora considera a outra apenas como uma boa amiga. 

"- Somos parentes? - eu costumava perguntar. - O que quer dizer com tudo isso? Talvez eu a lembre de alguém que ama; mas não deve, odeio isso. Eu não conheço você... eu não reconheço a mim mesma quando você me olha e fala assim."

Apesar de esta ser uma obra antiga e muito popular, não quero dar spoiler. Só posso dizer que Carmilla foi uma leitura rápida (fiz em menos de um dia) e muito divertida. Foi deveras interessante ver o surgimento linear do mito dos vampiros, ademais o estilo direto e conciso do autor me conquistou e definitivamente conquistará a todos que não gostam de explicações e descrições excessivas, entretanto, um ponto desfavorável é mínimo: o uso de anagramas óbvios ao longo da narrativa... Isso me deixou meio chateada porque os nomes criados com eles: Micarlla, Millarca... Sinceramente... você teria medo de uma vilã com esses nomes? Eu não. Mas, lembremos do fato desta ser uma novela gótica do período vitoriano... 

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi Andrea, gostei muito da sua resenha, adoro livros de vampiros, esses mistérios enigmáticos é bem legal, obrigado pela dica e anotado pra ler. Bjs

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  3. Olá, tudo bem?

    Apesar da sua resenha está boa, é o tipo de leitura que não me agrada. Não sou fã desse mundo vampiresco, então passo a dica dessa vez.

    Beijos

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